quinta-feira, 2 de novembro de 2017

MULCHING, CRAVOS TÚNICOS E OUTRAS CENAS...

Olá outra vez

Hoje à tarde, depois de um bom e ansiado aguaceiro que me permitiu começar a armazenagem de água da chuva, fiquei com ânimo para recomeçar aqui o blogue. Já há cerca de um mês que iniciei os canteiros com mudas de couve e alface e as sementeiras de nabiças, rabanetes e acelgas, há 15 dias. Como a chuva não vinha optei pelo mulching, fazendo uma cobertura espessa do solo que, além de melhorar o solo em estrutura e biodiversidade, diminui bastante a necessidade de regas. Agora terei de afastar as folhas jovens da palha húmida para evitar pragas e fungos. Como a horta é de terraço, não tenho problema com as lesmas.





Quanto à mosca branca que vou controlando manualmente, de nada serve os vários cravos túnicos que por lá estão... um toque ligeiro com os dedos nas mosquinhas, nos ovos de borboleta e pequeninas lagartas verdes tem feito o controlo suficiente. A área é pequena e aqui não entram fito-sanitários.


GALINHAS E FALTA DE ESPAÇO

Ponte de tábua e rede amovível
Criar galinhas mais felizes :) com mais serotoninas! isso também nos torna mais felizes cá por casa. Inspirado nos túneis de galinhas e nas hortas do Programa brasileiro PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) recriei, baralhei e voltei a dar... e saiu isto. Uma ponte para a outra margem! ou seja, estabeleci uma ligação entre o galinheiro e o espaço de compostagem. Posso revirar a terra, adicionar os verdes da cozinha, ervas colhidas no campo em torno do bairro. Elas adoram!
A verdade é que mexer na terra, entregar os restos de verdes ao solo e às galinhas, ver os ciclos a completarem-se ajudam a "resgatar a minha normalidade" - expressão que fixei de um testemunho de um permacultor. Também quando armazeno a água da chuva para regar ou quando semeio, planto, cuido e colho... também aí me sinto parte da Teia de seres vivos. Pensar como faço a horta no terraço, como vou criar galinhas num antigo canil, onde vou fazer compostagem... tudo isso é projetar as coisas à minha volta no sentido de ver os ciclos naturais a completarem-se com o meu mínimo contributo...


Espaço de compostagem e adubagem natural pelas galinhas.
Adiciono também acelgas bravas, romãs e folhas de romãzeira
abundantes no jardim-horta.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

GERIR O ESPAÇO & AS LUAS...


Os primeiros rabanetes foram um sucesso mas não uma perfeição. As sementes têm de ser bem afastadas pois quando a raiz engravida :) precisa de espaço. Tive de fazer algum desbaste e assim têm saído belos rabanetes. Dica dos meus alunos: não cair na tentação de os deixar crescer demais pois ficam fibrosos e gretados.


Algumas das caixas de esferovite pareceram-me capazes de suportar mais habitantes... triste tentação. Caixas com 2 alfaces têm exemplares manifestamente maiores do que aquelas em que encafuei mais uma à pressão. O mesmo se passou com as couves, etc, etc. Portanto, menos pode ser mais.



O stress hídrico deve ser evitado pois vai ser um dos fatores que vai iniciar a floração: a planta espiga e prepara-se para dar sementes pois pressente o seu fim :(

Quanto ao papel da fase das luas nas sementeiras estou em fase de rendição e aconselho vivamente a consulta da página do Projeto Re-Planta! sobre este tema.

CRIAR GA _____________ s

A criação de frangos foi um regresso ao passado. A ideia inicial talvez tenha sido um pouco "romântica" atrás da crescente preocupação de conhecermos a qualidade do que consumimos. Quando pomos as mãos na massa deparamos com as realidades que nos assentam os pés no chão. As rações para pintos são elaboradas com milho e soja geneticamente modificadas assim como as misturas de sementes para as fases de crescimento seguintes. Muitos dos vegetais e frutas que compramos foram tratados com pesticidas e os seus desperdícios não garantem total ausência dessas substâncias. Assim torna-se difícil controlarmos de facto a alimentação das nossas aves para produção de carne. Por questões logísticas não incluo a produção de ovos. Faço ciclos de criação de 4 meses.

A minha opção passa por planear o efetivo que tenho possibilidade de manter de forma sustentável: quero com isto dizer que penso no espaço disponível; no tempo semanal (por vezes diário) para efetuar limpezas do galinheiro e na fase de crescimento das couves e vegetais da horta e do campo perto de casa.  Na fase inicial de crescimento uso o mínimo de ração possível e faço uma transição para as misturas de sementes já acompanhadas de couves, acelgas bravas, serralhas, verdes da cozinha e minhocas. Na compra dos pintos dou preferência às raças mais rústicas. Estimulo os comportamentos naturais colocando poleiros, solo para esgravatar e desempoeirarem-se, permito que apanhem sol e garanto espaço suficiente até à idade de abate.

Se para si for essencial não utilizar OGMs então deixo aqui a sugestão de rações à venda nas lojas AGRILOJA da Herdade de Carvalhoso  que produz rações biológicas para animais.     

Quando surgem doenças nas aves não uso medicamentos convencionais. Se possível coloco a ave em isolamento com água e alimento único e visito o site "A Senhora do Monte" onde encontro várias soluções naturais que já resultaram.

CONTROLAR A NATUREZA... EIS A QUESTÃO

 Controlar a Natureza é sempre um dilema para quem pretende uma horta livre de produtos sintéticos. A dimensão da horta por vezes torna o desafio enorme. Contudo esse não é o meu problema. Uma visita diária às folhas de couves permitem-me controlar os ovos de borboleta. A colocação de redes dos sacos das batatas ou cebolas salvaram-me algumas folhas mais tenras e em desespero de causa tive de partir para a destruição em massa das lesmas e caracóis atraindo-os para um pouco de cerveja... marca nacional de confiança :).

Numa única noite o resultado da cerveja é notório mas não se iludam: se capturaram dezenas largas, então os bichinhos são largos milhares, isto especialmente se tivermos a compostagem perto :(

O limoeiro foi, este ano, fortemente atacado por cochonilha (e suas amigas formigas). A opção começou tarde (por preguiça) por retirar os ramos mais afetados. A praga disseminou-se por toda a árvore e limões. Levou uma boa rega, com alguma pressão e depois vieram umas benditas de umas chuvadas. Ficou limpinho como se vê. As opções de tratamento fitossanitário são muito tóxicas incluindo o tratamento admitido em agricultura biológica.


A ameixeira tem as suas primeiras ameixas mas tem as folhas terminais muito enroladas e afetadas por um pulgão verde muito pequeno. Pelo que li, solo muito rico em azoto pode facilitar estas pragas... o que não me admira pois faço compostagem, por incorporação no solo em torno da árvore. Em casa abundam sempre mais os verdes que os secos (ricos em carbono): talvez seja esta a causa do desequilíbrio.

Digam coisas... São muitas dúvidas.

FAVAS NO TERRAÇO

Cultivar favas num terraço é possível. Aqui estão elas, viçosas e belas. Sim, já foram atacadas pelos pulgões e suas amigas formigas. Não, não apareceram joaninhas: não devem gostar de hortas empoleiradas em terraços. O ataque foi tardio, apanhando as vagens já bem formadas. A solução tem passado por cortar ("capar") as terminações mais afetadas. Tem sido necessário regar sempre que as plantas acusam sinal de desidratação. Mas enfim... são as minhas primeiras favas.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A NOSSA ALCOFA FOI AO MERCADO

Ai Deus nos valha! Tiram-nos tudo! Agora até os sacos temos de pagar - dirão muitos...                                                  
Logo o mercado se adapta impingindo ao consumidor todo o tipo de sacos e sacolas de todas as cores e feitios... contudo, na maior parte dos casos fabricados com derivados de petróleo.

Nós por cá recuperámos a nossa alcofa para as nossas compras no mercado.

Cesteiros, esparteiros e a arte da empreita (com palma) vão-se perdendo. Por isso é muito importante não esquecermos que há alcofas fabricadas por artesãos portugueses e há as outras...


Além das compras habituais fiz também um reforço na horta: couves e alfaces escuras (os pardais só me comem as alfaces de variedade verde). Assim já abri a última ala na minha horta suspensa :)
 
Como podem ver estão por lá umas redes. Pois é... tenho de conviver com os gatos dos vizinhos que gostam de esgravatar e utilizar as minhas lindas caixas como caixas de areia :(
 
Inté.
                                                                              

sábado, 14 de fevereiro de 2015

GUARDAR A CHUVA

 Armazenar água da chuva não será fácil para todos. Conforme a área de escorrência disponível, telhados, terraços, caleiras e espaço para depósitos. O investimento irá também variar com a qualidade, quantidade ou pressão pretendida.

Depósitos de grande capacidade, abaixo do nível do solo, com bombas e filtros são muito dispendiosos mas são sempre uma opção para quem tenha essa possibilidade.

Deixo-vos a minha opção. Um depósito que recebe água de escorrência de um terraço, onde tenho também uma horta em garrafões e caixas de esferovite do peixe, onde não uso adubos químicos.

O depósito está elevado e tem uma torneira. Brevemente irei instalar-lhe um tubo ladrão para escoar o excesso para um outro depósito anexo, num nível inferior. Assim aumento o armazenamento instalado para uns simbólicos 500 litros. 

A entrada para o tubo de captação tem uma rede que impede a entrada de pedras, folhas e animais. Frequentemente faço a sua manutenção. Com essa água consigo regar parte do jardim nos meses mais quentes, efectuar lavagens do canil e galinheiro. Quando o depósito está vazio asseguro a sua limpeza, retirando sujidades e restos de água com elementos em decomposição.

Gostaria que partilhassem comigo as vossas experiências de armazenagem da água, com vitórias e momentos menos conseguidos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

CASA DE BANHO SECA

As visitas à Herdade do Freixo do Meio são sempre um modo de ver, ao vivo e a cores, coisas que vemos nos manuais de permacultura. Aqui fica uma casa de banho seca.

Neste tipo de sanitário não há lugar a descargas de autoclismo.
Esse momento é substituido por uma pá com serradura. Os detritos são acumulados num depósito num nível inferior, onde também existe palha. Os gases produzidos durante a compostagem são libertados por um tubo. Nada obriga a que a construção seja tão rústica. Existem vários designs para estas construções e muitas são bem confortáveis e com menos arejamento que esta :)



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

BRIQUETES DE CINZAS E ARGILA - "AS BOLAS"

Há muitos, muitos anos, vi muitas, muitas vezes, umas mãos meigas e rudes, guardar as cinzas e restos de carvão numa lata como se fosse algo precioso.

De tempos a tempos, para fazer as suas "bolas de carvão", misturava num alguidar de zinco, terra argilosa com esses restos de cinza e pequenos carvões (2/3 de cinzas para 1/3 de terra argilosa). As bolas eram secas ao sol e alimentavam depois o fogareú para confeccionar a próxima  refeição, poupando a quantidade de carvão ou lenha necessária.
Hoje sei que poderei também misturar restos de materiais lenhosos ou cascas de noz, de pinhão, de castanha, etc.

30 anos depois, recuperei esta técnica para a testar e avivar momentos que não quero esquecer.